Brincar não é apenas um passatempo para as crianças, essa atividade natural também faz parte do desenvolvimento infantil. Sendo uma parte muito importante no aprendizado dos nossos pequenos.
Pensando nisso, convidamos a Izadora Dias que é diretora do CEI – Espaço Livre em Curitiba, para nos falar um pouco sobre a importância do brincar para o desenvolvimento infantil.

Segundo a diretora, toda criança tem o direito de brincar. Além de serem muito divertidas, as brincadeiras infantis proporcionam o aprendizado e o desenvolvimento através dos estímulos oferecidos pelo ambiente e pelo adulto.
Existem várias áreas em que a brincadeira pode favorecer o desenvolvimento infantil:
Cognitiva: através do brincar, a criança aprende, imagina, cria categorias e resolve problemas, tudo de forma lúdica.
Pessoal: na brincadeira a criança tem a oportunidade de autoconhecimento, sobre o seu papel no mundo, na escola, na família, seus desejos, sentimentos e preferências.
Social: a criança se relaciona com outras crianças, aprende a compartilhar, a entender sobre o outro, a se comunicar e a negociar.
Conhecimento de Mundo: brincando, a criança tem contato com a natureza, com as tarefas existentes no dia-a-dia, conceitos matemáticos, de leitura e escrita, assim como os acontecimentos que existem no mundo e na sociedade.
Motora: Através das brincadeiras, as crianças desenvolvem seu equilíbrio, sua força, ritmo, habilidades de correr, escorregar, pular e seus reflexos.

E como podemos usar todas essas brincadeiras no dia a dia com as crianças?
De acordo com a diretora Izadora Dias, toda brincadeira tem que ter uma intencionalidade, ou seja, apesar de ser algo subentendido, o adulto, a fim de facilitar o desenvolvimento, precisa ter a consciência de cada aspecto que será desenvolvido a favor da criança. Não precisa ser um especialista para entender esses conceitos.
Por exemplo, ao brincar com seu filho num parque, você dá a oportunidade à ele de desenvolver seu físico, seu tônus muscular, através de corridas e pulos; desenvolver seu equilíbrio, através de cambalhotas, caminhar em cima de folhas de árvores e etc. E nem precisa de brinquedos industrializados, a natureza oferece várias oportunidades para a criança brincar e se desenvolver.

Outro exemplo que podemos citar, são os livros. Você sabia que ler para as crianças é uma forma de brincar com elas? Existem várias formas de brincar com livros: ler para eles, ler com eles, deixar eles sentirem a textura, tamanho, ver as figuras, as cores. Desta maneira, é possível proporcionar o desenvolvimento de diversas áreas , ao deixar que a criança escolha qual livro ela quer ler/brincar você favorece o desenvolvimento pessoal, pois neste caso, a criança manifesta sua preferência, muitas vezes algum tema que esteja relacionado com seus sentimentos naquele momento, por exemplo.
Se você quiser focar no desenvolvimento social, o livro é um grande aliado devido a aproximação sua com o seu filho, através de conversas, do toque, fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê. É possível também aumentar o desenvolvimento motor, quando você pede para a criança pegar o livro que está em outro ponto do ambiente, e por aí vai.

Outra coisa importante para ter em mente durante as brincadeiras é a repetição. Muitas brincadeiras não surtirão efeito algum na primeira vez que você tentar. Porém, se insistir, o bebê vai acabar dando risada só de perceber que você pegou um determinado brinquedo.
Ainda para Izadora, o nível de atenção varia bastante, dependendo da idade da criança, do temperamento e até do humor no momento. Às vezes ela ficará envolvida em uma atividade por até 20 minutos, mas o mais comum é que a brincadeira precise mudar a cada cinco minutos, mais ou menos.
Você perceberá que ela está entretida se ficar virada para você, sorrindo, gargalhando ou dando aqueles gritinhos de alegria. Quando começar a se virar para o outro lado, chorar ou mostrar sinais de impaciência, é hora de tentar algo novo.
Alguns bebês ficam excitados além da conta com mais facilidade. Por isso, se o seu começar a chorar durante a brincadeira, não se decepcione. Pense em atividades mais tranquilas, como contar histórias, ouvir música ou até um intervalinho para uma mamada, ou dar uma volta de carrinho.

Saiba ainda que nem toda criança vai gostar de uma brincadeira só porque é apropriada para a sua idade. Não deixe que esse tipo de coisa suscite aqueles pensamentos: “Nossa, meu filho não está tentando pegar o bloquinho como deveria, então deve ter algo errado com ele!”. Porque provavelmente não há.
É muito comum que uma criança demore mais que as outras para alcançar um determinado marco de desenvolvimento e seja mais rápida em outro.
Dito isso, é claro que, se você realmente suspeitar de algum atraso, confie nos seus instintos e não deixe de mencionar para o pediatra na próxima consulta.